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Os Prémios Richard H. Driehaus para as Artes da Construção são prémios atribuídos em Espanha aos mais destacados mestres dos diferentes ofícios da construção tradicional, contribuindo assim para a sua preservação e continuidade.
São convocados anualmente graças a Richard H. Driehaus pela Fundação Culturas Construtivas Tradicionais, com a colaboração do INTBAU Espanha, do Ministério da Cultura e do Conselho Superior dos Colégios de Arquitetos de Espanha.
Durante séculos, as artes tradicionais da construção recolheram o conhecimento de inúmeras gerações sobre a utilização sustentável dos recursos de um lugar e as regras essenciais para criar com eles espaços e ambientes bonitos e confortáveis. Foram estas artes tradicionais que deram origem ao património tangível que hoje admiramos e, sem elas, a conservação a longo prazo deste património estaria condenada ao fracasso. São o fruto da nossa cultura e do nosso território, um sinal de identidade que torna a construção de cada região única, e constituem uma acumulação insubstituível de conhecimentos sobre o ambiente e sobre a forma de o habitar, não só com respeito, mas também com benefícios a longo prazo.
Hoje, porém, estão em vias de extinção e, com elas, uma parte fundamental da nossa cultura e do nosso património.
A criação destes prémios visa atenuar esta situação, promovendo o reconhecimento destes mestres, o interesse pela continuidade destes ofícios e pela promoção da sua excelência.
Para estes prémios, as obras de construção tradicional foram agrupadas em quatro categorias, sendo atribuído anualmente, em cada uma delas, um galardão anual no valor de 10.000 euros e uma placa comemorativa:
O júri é composto por um grupo de profissionais de várias nacionalidades, de reconhecido prestígio no campo da defesa da arquitectura tradicional. Nele estão representadas as diversas instituições que colaboram nesta iniciativa.
Os membros deste júri são: Jesús Adeva, Elena Agromayor Navarrete, Álvaro Fernández-Villaverde y de Silva, Leopoldo Gil Cornet, Rafael Manzano Martos, José María Pérez González (Peridis), Luis Prieto Prieto e María Pía Timon Tiemblo. Alejandro García Hermida preside o júri sem direito a voto, exceto em caso de empate.
Mestre de obras e pedreiro que pertence à terceira geração de uma família de mestres-de-obras de Toledo. É cofundador da empresa Rehabilitaciones y Construcciones ADEVA SL. que lhe permitiu aprender mais sobre outros ofícios com os próprios artesãos. Trabalhar no rico património edificado de Toledo foi para Jesús uma fonte de formação contínua em materiais e técnicas tradicionais de construção. Ao longo de toda a sua trajetória profissional, participou em numerosos cursos e oficinas dedicados a diversas técnicas construtivas tradicionais, o que lhe permitiu ampliar continuamente os seus conhecimentos sobre o ofício e estabelecer contacto com um grande número de mestres de diferentes áreas da construção. Além disso, deu workshops teóricos e práticos em estaleiros reais em várias escolas, meios de comunicação e instituições, como o Consórcio da Cidade de Toledo, a Escola de Arquitetura da Universidade de Castilla La Mancha. Em 2022, recebeu o Prémio Richard H. Driehaus das Artes da Construção e o seu trabalho foi apresentado nas exposições Arquitetura Atemporal 2022, no CentroCentro Madrid, e Património Vivo, em 2023, no Museu de Santa Cruz de Toledo.
Arquitecta pela Universidad Politécnica de Madrid e Arquitecta do Instituto do Património Cultural de Espanha (Ministério da Cultura e Desporto) na área de Intervenções em Bens Culturais Imóveis, onde realiza assessoria técnica especializada, supervisão e gestão de projectos de conservação do património cultural na sua dimensão mais ampla (arquitectura tradicional, paisagística, património industrial, arquitectura defensiva, arqueologia, arquitectura religiosa, entre outros). Além disso, desenvolve uma tese de doutoramento centrada na investigação dos instrumentos de salvaguarda da arquitectura tradicional espanhola no âmbito rural. Coordena o Plano Nacional de Arquitectura Tradicional, e participa no programa de investigação “Os conjuntos patrimoniais como activos turísticos da Comunidade de Madrid – Problemas e oportunidades segundo uma perspectiva territorial”, através do grupo de investigação formado pela Aula de Gestión e Intervención en el Patrimonio Arquitectónico e Industrial da UPM.
Como parte do seu trabalho no IPCE e como investigadora, organizou e participou em jornadas sobre ferramentas de salvaguarda e ofícios tradicionais da construção, exposições sobre património cultural, numerosas conferências sobre critérios de intervenção, estabelecimento de metodologias e instrumentos de gestão para a protecção do património arquitectónico tradicional, e diversas publicações.
Combina estas actividades com o desenvolvimento de projectos de restauro e reabilitação, valorização do património cultural, oficinas participativas, projectos de design e assessoria técnica no sector privado.
Licenciado em Direito em 1965. Foi diplomata, entre 1967 e 1981, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque e no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Desempenhou o cargo de Director-Geral das Relações Externas na REPSOL e de Director-Geral Adjunto do Banco Hispano Americano. Entre 1997 e 2005, foi Director do Património Nacional. É patrono de diversas instituições culturais, como o Museu do Prado, o Museu Naval, a Hispania Nostra, Europa Nostra e o World Monuments Fund. É membro da Newport Preservation Society, onde apresentou o Património Espanhol em vários seminários. Foi membro do Board of Versailles de 2003 a 2005. Aposentado do serviço de exteriores espanhol, dedica-se actualmente, e de forma activa, à preservação do património e da paisagem natural. Em 2015, o Rei Filipe VI concedeu-lhe a Medalha de Ouro de Belas-Artes, o reconhecimento mais prestigioso nesta área em Espanha. É responsável por três monumentos nacionais: o Palácio de Santa Cruz (em Viso del Marqués), do século XVI, o Palácio de San Carlos (Trujillo), do século XVIII, e o Palácio de los Hornillos (Cantábria), do século XIX. Estes três monumentos integram o seu património ou o da fundação da sua família, a qual preside.
É Doutor Arquitecto e Mestre em Conservação e Restauro de Património Arquitectónico pela Escola de Arquitectura da Universidad Politécnica de Madrid, onde é professor associado desde 2019 no Departamento de Composição Arquitectónica. Foi professor associado na Licenciatura em Arquitectura da Universidade Alfonso X el Sabio (2009 a 2019), Visiting Scholar na University of Notre Dame School of Architecture (Indiana, E.U.A., 2016) e professor convidado em numerosas universidades, workshops e congressos nacionais e internacionais. Dedicou a sua actividade profissional à arquitectura e construção tradicionais e ao restauro e análise histórico-construtiva de edifícios históricos e sítios arqueológicos de diversas tipologias e cronologias, principalmente em Espanha e Marrocos. É director executivo das iniciativas Richard H. Driehaus em Espanha e Portugal, incluindo o Prémio Rafael Manzano para a Nova Arquitectura Tradicional, o concurso de arquitectura Richard H. Driehaus, os prémios Richard H. Driehaus para as Artes de Construção, as bolsas Donald Gray para as Artes de Construção e a Rede Nacional de Mestres da Construção Tradicional (Prémio Hispania Nostra 2018 e menção especial Europa Nostra 2018), membro do Conselho de Administração da ONG Terrachidia (INTBAU Excellence Award 2015), Vice-Presidente da INTBAU Espanha e professor do Centro de Investigação de Arquitectura Tradicional (CIAT).
Es arquitecto por la Escuela de Arquitectura de la Universidad de Navarra. Desde 1986, foi Arquiteto do Serviço de Património Histórico da Direção-Geral de Cultura – Instituição Príncipe de Viana, do Governo de Navarra. É professor na Escola de Arquitetura da Universidade de Navarra e coordenador da Especialização em Reabilitação e Restauro da Arquitetura, lecionada nessa escola desde 2000. É membro da Academia del Partal e da Reial Acadèmia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi. Como arquiteto da Instituição Príncipe de Viana, recebeu o Prémio Nacional de Restauro e Conservação de Bens Culturais em 1998 e redigiu e dirigiu numerosos projetos de conservação e restauro em vários monumentos de Navarra, entre os quais se destacam a torre medieval do Senhorio de Ayanz (1998–2000, Medalha de Prata da Associação Espanhola dos Amigos dos Castelos, 2000), o Frente de França das muralhas de Pamplona (2000–2009, Prémio da União Europeia para o Património Cultural – Prémio Europa Nostra 2012, categoria Conservação) e a Real Colegiata de Roncesvalles (1982–2012). Foi distinguido com o Prémio Rafael Manzano Martos em 2012.
Licenciado em Arquitetura pela Escola Superior Técnica de Arquitetura de Madrid, e Mestre em Restauração e Reabilitação do Património pela Universidade de Valladolid e Alcalá de Henares. Lecionou na Universidade Camilo José Cela de Madrid entre 2003 e 2013, e foi orador em vários congressos e conferências sobre património e restauração, em diversas universidades Espanholas e estrangeiras. Fundou o seu estúdio, Lavila Arquitectos, em 1998, dedicado à recuperação de conjuntos monumentais e históricos, que tem uma presença internacional crescente. Entre outros galardões, recebeu o Prémio Europa Nostra em 2017, pela restauração de seis igrejas de Lorca que tinham sido afetadas pelos terramotos de Maio de 2011, o Prémio de Cultura da Comunidade de Madrid e o Prémio Rafael Manzano de Nova Arquitetura Tradicional em 2018.
É arquiteto e doutor pela Universidad Politécnica de Madrid. Restaurou numerosos monumentos em Espanha e projetou novos edifícios tanto em território espanhol como no estrangeiro. É, desde 1966, catedrático de História Geral de Arte na Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Sevilha, onde deu aulas vários anos, chegando a ser Director-Decano de 1974 a 1978. Tanto em Espanha como no estrangeiro, e deu cursos em distintos países. Desde 1970 a 1991, inclusivé, foi Director-Conservador dos Reales Alcázares de Sevilha. De 1971 a 1981 presidiu à comissão de obras do Real Patronato de la Alhambra y Generalife, assessorando obras realizadas nesse período que mereceram o Prémio Shiller de Restauração de Monumentos no ano de 1980. Exerceu o cargo de Director-Conservador da antiga cidade califal de Medina Azahara de 1975 a 1985. As suas publicacões sobre Arquitectura medieval e islâmica são tão numerosas como importantes. É membro permanente de várias instituições académicas espanholas entre as quais se destacam a Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, as Reales Academias de la Historia e de Las Bellas Artes de Granada, Córdoba, Cádiz, Málaga, Écija, Toledo e La Coruña, e a Real Academia Sevillana de Buenas Letras. Recebeu a Medalha das Belas Artes e, em 2010, o Prémio Richard H. Driehaus, sendo também Comendador com Placa da Ordem Civil de Afonso X, o Sábio.
É arquitecto pela Universidad Politécnica de Madrid. Realizou numerosos projectos de reabilitação e obra nova, tanto de habitações como de edifícios de uso socio-cultural, destacando-se especialmente no campo do restauro e reabilitação de monumentos e da sua envolvente. Entre os seus trabalhos mais relevantes encontram-se o Monasterio de Santa María La Real, em Aguilar de Campos, Palência (Prémio Europa Nostra 1988 e 2013); o Monasterio de San Benito el Real, em Valladolid, o Parque de El Capricho em Madrid (Prémio Europa Nostra 2002); e o Teatro Principal de Burgos. Desempenha um papel fundamental na divulgação e promoção do património cultural, especialmente dos ofícios tradicionais da construção. Foi o promotor e fundador, em 1985, do Programa de Escolas-Oficina para a formação e emprego de jovens na recuperação do património. Fundador da Fundación Santa María la Real, que preside, é e foi membro e patrono de várias outras entidades culturais. É director da Gran Enciclopedia del Románico de la Península Ibérica e dirigiu e apresentou as séries televisivas Las Claves del Románico en la Península Ibérica e La Luz y el Misterio de las Catedrales. Além dos prémios já mencionados, “Peridis” foi galardoado com o Prémio Cidades Património da Humanidade, a Medalha de Prata de Mérito Turístico, a Medalha de Ouro de Belas-Artes e a Medalha de Ouro de Mérito Laboral.
Mestre estucador e pintor com ampla experiência em obras interiores e exteriores de edifícios patrimoniais e vernáculos. Aprendeu o ofício por tradição familiar e através de diversos cursos de cerâmica e colorimetria em Institutos Superiores de Ofícios em Espanha, Bélgica e França. Trabalha com técnicas tradicionais usando materiais produzidos artesanalmente, e dedica-se à investigação, documentação e divulgação desses procedimentos.
Tem ministrado conferências e oficinas práticas em numerosas universidades espanholas e estrangeiras, no Gremio de Pintores de Madrid, na Federação Nacional de Empresários Pintores (A.N.S.P.I.), no Museu da Cal de Morón e na Fundação Laboral da Construção. É assessor e colaborador no Instituto Nacional de Qualificações e coautor do livro Artes de los yesos. Em 2019, recebeu o Prémio Richard H. Driehaus das Artes da Construção e foi selecionado como mestre para ministrar a Bolsa de Formação Donald Gray.
Etnóloga da Unidade de Património Cultural Imaterial do Instituto do Património Cultural de Espanha, do Ministério de Educação, Cultura e Desporto. É coordenadora do Plano Nacional de Protecção do Património Cultural Imaterial e da Arquitectura Tradicional Espanhola. Recentemente, foi responsável pela exposição fotográfica Inmaterial: Patrimonio y Memoria Colectiva, que continua a ser itinerante por diversos centros em Espanha. Recebeu vários prémios por trabalhos de investigação relacionados com o património imaterial, entre os quais o Prémio Matías Ramón Martínez, atribuído pela Assembleia da Extremadura e concedido pelo Conselho de Antropologia Cultural, Folclore e Património Etnográfico, o Prémio Juan de Goyeneche, atribuído pela Assembleia de Madrid, e o Prémio Nacional de Investigação Marquês de Lozoya em Artes e Tradições Populares. Publicou cerca de 10 livros e cerca de 100 artigos sobre temas relacionados com o património cultural imaterial. Dá aulas sobre este tema a nível de mestrado em várias universidades espanholas e dirigiu cerca de 20 cursos monográficos sobre diferentes temáticas do património cultural imaterial. É a representante espanhola do património cultural imaterial na JPI-Cultural Heritage do Conselho da Europa.
Os Prémios das Artes da Construção são convocados anualmente pela Fundação Culturas Construtivas Tradicionais, graças ao apoio do Ministério da Cultura de Espanha e à colaboração do INTBAU Espanha e do Conselho Superior dos Colégios de Arquitetos de Espanha.
O Ministério da Cultura e do Desporto, através da sua Direção-Geral do Património Cultural e Belas-Artes, gere as medidas que, de forma geral, devem ser adotadas para a proteção e defesa do património histórico, a gestão das competências atribuídas ao Estado em matéria de património cultural imaterial, a identificação, documentação, apoio e salvaguarda das artes e dos ofícios tradicionais, e a elaboração e execução dos planos de conservação e restauro dos bens imóveis do património histórico, bem como a cooperação com outras administrações públicas e entidades públicas ou privadas para o desenvolvimento e acompanhamento desses planos.
A INTBAU Espanha desenvolve iniciativas para promover a construção, a arquitetura e o planeamento urbano tradicionais e serve como plataforma de colaboração e troca de informações, contribuindo para a promoção de outras iniciativas relacionadas organizadas pelos seus membros e outras instituições ligadas à própria rede.
O Conselho Superior dos Colégios de Arquitetos de Espanha é o organismo que reúne todos os Colégios para a prossecução de fins de interesse comum geral. É igualmente o órgão de representação dos Colégios e da profissão junto de entidades públicas e privadas, bem como perante organismos internacionais.