Prémio Rafael Manzano
2012
Nascido em Barcelona a 17 de fevereiro de 1952, frequentou a licenciatura de Arquitectura na Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona e na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Navarra, onde se licenciou em 1978. O seu pai, também ele arquitecto, Leopoldo Gil Nebot, e Francisco de Inza Campos (Curro Inza), em cujo atelier trabalhava quando este faleceu à prematura idade de quarenta e sete anos, contagiaram-no com a sua paixão pela Arquitectura e pela docência da mesma.
Leopoldo Gil Cornet é arquitecto do Servicio de Património Histórico da Direção Geral de Cultura – Instituição Príncipe de Viana do Governo de Navarra desde 1986, de onde velou durante décadas pelo rico património arquitectónico navarro, e professor da Escola de Arquitectura da Universidade de Navarra desde 1985, onde durante muito tempo deu aulas de História da Arquitectura, chegando a ser Coordenador da Especialização em Restauração e Reabilitação da Arquitectura desde o ano 2000.
Ao longo da sua dilatada carreira profissional esteve responsável pelas obras de restauração e conservação de numerosos monumentos navarros, recebendo por elas diversos prémios nacionais e internacionais. Entre estes monumentos encontram-se a Igreja de San Andrés de Learza (1987-1988 e 1992-1993); as torres medievais do Señorío de Ayanz (1989-1990 e 1998-2000) e de Úriz (2006-2010), reabilitando esta última como hotel rural; o Aqueduto de Noáin (1990-2000); a Ponte de Reparacea em Oyeregui (1991-1992) e Ponte de las Cabras de Lumbier (2001); a Igreja del Santo Sepulcro de Torres del Río (1993-1994); a igreja del Castillo de Peña (2000-2001); a igreja do antigo Mosteiro de Yarte (2002-2006); o conjunto monumental de Santa María de Ujué (2001-2011); a Igreja de Santa María de Zamarce (2002-2005); a Frente de França das muralhas de Pamplona (2000-2009), que obteve o Prémio Europa Nostra no ano 2012; a fachada da Igreja de Santa María la Real de Sangüesa (2005-20010); e a Real Colegiata de Roncesvalles, onde no amplo periodo compreendido entre os anos 1982 e 2012 foi restaurando e reabilitando os diversos edificios que compõem o conjunto.
A beleza, qualidade e rigor destas últimas intervencões fizeram dele no ano 2012 o primeiro arquitecto a receber o Prémio Rafael Manzano.
As suas intervenções no conjunto da Real Colegiata de Roncesvalles não só potenciaram os seus valores artísticos e documentais, embelezaram uma paisagem cultural de alto conteúdo simbólico ou imaterial e ampliaram e difundiram o conhecimento científico do monumento e, além disso, ao recuperar a sua funcionalidade, proporcionar trabalho à população da zona e ajudar à preservação e continuidade dos oficios tradicionais (alvenaria, carpintaria, cantaria…) contribuiram também para o desenvolvimento sustentável da região onde está presente, desempenhando assim um importante trabalho social.
Nas intervenções de Leopoldo Gil em Roncesvalles há também modernidade, mas uma modernidade surgida e desenvolvida partindo de um notável entendimento das tradições construtivas e arquitectónicas e, singularmente, dos trabalhos de carpintaria. Uma modernidade que apresenta desta forma uma amável continuidade com essas tradições.
Ato celebrado na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madrid) em outubro de 2012
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