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Medalha Richard H. Driehaus
2020
Vítor Cóias nasceu em 1943 em Cano, concelho de Sousel, no Alentejo. A partir de 5 anos, viveu em Angola com a sua família, regressando a Portugal para iniciar os seus estudos universitários. Durante grande parte da sua carreira profissional contribuiu fundamentalmente na preservação do património arquitectónico e cultural português. Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa em 1968, dedicou a sua via profissional à investigação, ao desenvolvimento, à aplicação prática, ao ensino e à difusão de soluções técnicas respeitosas com a integridade estrutural e construtiva dos monumentos a reabilitar.
Começou a sua actividade profissional como projectista de estruturas em empresas de construção, primeiro em Luanda e depois em Lisboa. Aquando do seu regresso a Portugal, preocupado pela excessiva obsessão dos seus homólogos pelas estruturas de betão armado e pela incompreensão dos mesmos em relação às estruturas históricas de pedra, tijolo e madeira que conformam a maior parte do património construído, decidiu, portanto, para intervir exitosamente sobre as mesmas, dedicar a sua carreira profissional na análise, compreensão e reparação de este tipo de construções.
A sua perseverança determinou a fundação de várias empresas dedicadas ao diagnóstico de problemas construtivos e estruturais em edifícios históricos e à sua reabilitação e adaptação a novos usos. Colaborou activamente com distintas universidades e centros de investigação para o desenvolvimento e normalização de soluções técnicas que permitissem a conservação e o reforço deste tipo de estruturas. Com isto evitou a perda de um património inigualável que, de outra maneira, teria sido demolido e substituído por estruturas de aço e betão.
Dentro da actividade empresarial que fundou, interveio em vários edifícios históricos portugueses, sendo também um destacável defensor dos sistemas estruturais históricos de madeira resistentes a sismo da Baixa Pombalina e de monumentos portugueses importantes, como o Palácio de Mateus.
Não menos importante foi o seu papel de divulgador ante o público geral e especializado. Por um lado, devido à continuidade e coerência na promoção de iniciativas de conservação do património arquitectónico e das tradições construtivas mediante a sua participação em vários congressos, publicações, entrevistas; pelo outro, devido à revista Pedra Cal da Sociedade Portuguesa de Estudos de História da Construção, e a plataformas cívicas como o Grémio do Património (GECoRPA) ou o Fórum do Património que aglutina a maior parte das associações portuguesas dedicadas à defesa do património arquitectónico.
Entre as suas extensas publicações, também se destacam os seguintes livros: Guia Prático para a Conservação de Imóveis (Dom Quixote, 2004), Inspecções e ensaios na reabilitação de edifícios (Instituto Superior Técnico, 2006) e Reabilitação Estrutural de Edifícios Antigos (Argumentum, 2007).
Vítor é membro do conselho consultivo de ICOMOS Portugal e assessor perito do ISCARSAH (International Scientific Committee for the Analysis and Restoration of the Structures of the Architectural Heritage), o órgão de ICOMOS que se dedica a estruturas históricas.
A cerimónia de entrega do Prémio Rafael Manzano 2020 a Fernando Martín Sanjuán e da Medalha para a Preservação do Património 2020 a Vítor Cóias celebrado na tarde de 19 de novembro, na Academia Real de Belas Artes de San Fernando, em Madrid. O ato foi presidido pela Excma. D. Ana Pastor, Vice-presidenta do Congresso, S.A.R. D. Pedro Borbón Dos Sicilias, Duque da Calábria e o Excmo. Sr. D. Fernando de Terán, Director da RABASF. Intervieram de forma virtual D. Richard H. Driehaus, filantropo americano que apoia esta iniciativa, e D. Robert Adam, presidente da INTBAU UK e do Júri destes Prémios.
A laudatio de Fernando Martín Sanjuán foi realizada por Rafael Manzano, que não pôde estar presente, pelo que a leu em seu nome Leopoldo Gil Cornet, vencedor inaugural deste Prémio. Por sua vez, a de Vítor Cóias esteve a cargo de D. Vasco Freitas, que interveio desde Porto.
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