Sevilha
A Escola de Verão foi organizada pelo Prémio Rafael Manzano e a Universidade de Notre Dame, graças ao apoio do Richard H. Driehaus Charitable Lead Trust e à colaboração de Universidade Alfonso X el Sabio, Universidade de Sevilha, Universidade de Alcalá, Universidade de Miami, Real Academia de Bellas Artes de Santa Isabel de Hungria, Real Academia Sevillana de Buenas Letras, Fundación Medinaceli, INTBAU España e Centro de Investigação de Arquitectura Tradicional (CIAT).
A zona de Cruz del Campo, durante séculos um importante marco da paisagem sevilhana, é hoje um lugar muito maltratado. A zona ao seu redor foi-se degradadando à medida que infelizes intervenções urbanas se foram sucedendo à sua volta. Com a destruição de boa parte do complexo Cruzcampo, apresentam-se duas alternativas: tentar reverter este processo ou continuar remexendo na ferida.
Em 2006 a notícia de que os arquitectos Norman Foster, Jean Nouvel, Arata Isozaki e Vázquez Consuegra preparavam conjuntamente um projeto para esta zona que incluía 1.963 casas empilhadas em edificios de entre 14 e 16 andares pressagiava o pior dos desenlaces possíveis. Recentemente a Gerência de Urbanismo retomou a ideia de reordenar esta zona, apresentando-se um novo Plano Especial de Reforma Interior (PERI) e afirmando-se que as casas se edificarão em não mais de uns simples blocos lineares de 9 andares.
Este tipo de design urbano, longe da beleza, da comodidade e da inerente sustentabilidade da Arquitectura e do urbanismo tradicionais da cidade de Sevilla, são infelizmente os que há décadas dominam tanto a profissão como o ensino da Arquitectura e do urbanismo.
Durante estas semanas os participantes na Escola de Verão de Sevilha, trabalharam intensamente analisando as praças, ruas, casas e pátios mais atrativos da cidade, medindo, desenhando e fotografando cada um deles.
Todo ello se ha ido procesando en la sede de la institución que generosamente les está dando cobijo: la Real Academia Sevillana de Buenas Letras. De este modo, han podido tomar como referencia los espacios más bellos y duraderos de Sevilla para la reordenación de la deteriorada zona de la Cruz del Campo, proponiendo un ensanche urbano alternativo que pueda iluminar el posible camino a recorrer en el proyectado desarrollo de esta zona.
Este trabalho completou-se com conferências de diversos professionais e investigadores sobre a história urbana de Sevilha, as suas tradições arquitectónicas e construtivas, e diversos temas relacionados com a preservação do seu particular carácter.
A equipa docente que acompanhou o desenvolvimento da proposta era formada por: Alejandro García, Frank Martínez, Lucien Steil e Samir Younés.
Os conferencistas convidados este ano foram: Rafael Manzano Martos, Vicente Lleó, José Peral, Fernando Quiles, Andrés Joaquín Egea, Luis Fernando Gómez-Stern e Mª Cruz Aguilar.
Agradecemos a ajuda e dedicação de cada um dos participantes: Isabela Tiñana Díaz, Yueting Zhang, Mary Catherine Walter, Michael Madsen, Elizabeth Connaughton, Taryn Gutiérrez, Nirui Kang, Alexandria Gordon, Eric Stalheim, Patrick Keough, Callie Beal, Abner Samuel Lima González, Ruth López, Valérie Julien, Javier Ballesteros, Samira Albiac, Silvia Huelves, Margherita Tommassi, Rafael Moreno, Paula García, Miguel Segovia, Samie Kayani, Zeynep Iqbal, Eduardo Mascagni, Pablo Bañasco, Rafael Gómez, Esteban Orellana, MªAngeles Sainz de Rozas, Gonzalo Luengo, Gaétane Borne.
E também, temos de agradecer o interesse de alguns colaboradores: Julia Manzano, Rafael Valencia, Antonio Collantes, Antonio Gámiz, Fernando, Rebeca Gómez-Gordo.
Um objetivo prioritário de design foi dar ao espaço público vitalidade e beleza. Por este motivo, dividiram-se as zonas em torno de 6 praças. A cada equipa foi atribuída uma sobre a qual trabalhar pondo em prática aquilo que previamente se tinha abordado nas visitas e conferências.
Foram propostas construções que albergam diferentes usos, fugindo à tendência para o zonamento que torna os citadinos escravos do automóvel. Foi dada ênfase ao controlo das dimensões e características dos espaços públicos: secções das ruas, número de pisos, tamanho dos quarteirões, etc. No que diz respeito à materialização dos volumes e espaços propostos, procurou-se procurar a continuidade com o legado arquitectónico da cidade.
Apresentava-se assim um novo modelo de cidade para o século XXI. Um modelo que não só não renuncia ao melhor legado da tradição arquitetónica local, como, crescendo a partir dele e aprendendo com ele, procura enriquecê-lo, adaptando-o às exigências do nosso tempo. Um bairro onde dar vitalidade e beleza às suas ruas e praças seja um objetivo prioritário no projeto, onde os seus habitantes não dependam do carro nas suas tarefas diárias, onde os cidadãos não sejam segregados em blocos de apartamentos seriados e monótonos de acordo com a sua diversidade de poder comprando.
Para completar o trabalho, partimos de um hipotético Plano de Gestão, no qual teríamos de tentar incorporar tudo o que aprendemos. Os participantes foram divididos em seis grupos, cada um deles responsável por um dos setores propostos. Os participantes e professores tiveram a oportunidade de trocar ideias e colaborar em conjunto com alunos e professores de diferentes nacionalidades no desenvolvimento da proposta.
No processo de design, a ênfase foi colocada na utilização de aguarelas, lápis, pincéis, réguas, compassos, escalas, etc., recorrendo a técnicas com as quais os estudantes e profissionais de Arquitectura estão cada vez menos familiarizados, esquecendo-se a importância do desenho à mão quando se trata de ser capaz de assimilar e projetar espaços e elementos arquitetónicos com uma escala e proporção corretas.
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