Prémio Rafael Manzano
2016
Enrique Nuere Matauco nasceu em Valência em 1938. É arquitecto formado na Escola Superior de Arquitectura de Madrid em 1962 e concluiu o seu Doutoramento em Arquitectura no ano de 1967. É Académico da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madrid), Académico Correspondente da Academia de San Telmo (Málaga), Académico Correspondente da Real Academia de San Miguel Arcángel (Santa Cruz de Tenerife), Membro da Academia del Partal, associação livre de profissionais da restauração de monumentos e Vogal do Patronato de la Alhambra y Generalife (1986-1995).
Com a independência trazida graças ao exercício livre da profissão, a partir da investigação em 1980 sobre o manuscrito de La carpintería de lo blanco, de Diego López de Arenas, inicia a sua atividade restauradora do património arquitectónico monumental. Desde a década de 80 do século passado que dedica maioritariamente a sua atividade à restauração monumental e à atividade docente, com uma especial dedicação à carpintaria histórica. Os seus trabalhos e investigações permitiram recuperar o saber sobre este tema que se tinha perdido no século XVIII. Com o objetivo de difundir as suas descobertas e de evitar que estes conhecimentos voltem a ser esquecidos, dedicou-se muito ativamente ao ensino do ofício, formando toda uma nova geração de carpinteiros de “lo blanco”, e escreveu numerosos livros e artigos nos quais revela os seus princípios anteriormente escondidos. Entre estas publicações destacam-se: La carpintería de lo blanco. Lectura dibujada del primer manuscrito de López de Arenas (1985), La carpintería de armar española (1989, com uma segunda edição revista e ampliada em 2000), La carpintería de lazo. Lectura dibujada del manuscrito de Fray Andrés de San Miguel (1990) e Nuevo tratado de la carpintería de lo blanco, con la verdadera historia de Enrique Garavato, carpintero de lo blanco y maestro del oficio (2001).
Entre os seus trabalhos de restauração, excluindo as numerosas abóbadas em igrejas e conventos por toda a Espanha, cabe destacar os seguintes:
– As dezassete abóbadas recuperadas para o Museo Nacional de Arte Hispanomusulmán de la Alhambra.
– A abóbada do Paraninfo da Universidad de Alcalá de Henares.
– As seis do Palácio Ducal de Pastrana.
– As catorze do Palácio de Miguel de Mañara em Sevilla.
– As trinta e quatro do Palácio Buenavista de Málaga, renomeado como Museo Picasso.
– As seis do Palácio Villalón de Málaga, renomeado como Museo Thyssen.
Também realizou um importante trabalho desenhando e construindo novas estruturas de madeira tanto em edificios de raíz como em edificios históricos. Bons exemplos disso são as novas abóbadas das galerias do pátio do Alcázar de Toledo, a recuperação do capitel da igreja de La Solana, ou a desmontagem, transporte e colocação posterior no Museo del Prado de Madrid, do teto do coro da igreja de Valencia de Don Juan.
Com este trabalho, além de ser galardoado com o Prémio Rafael Manzano 2016, também obteve vários reconhecimentos públicos de onde se destacam: Prémio de Investigação del Colegio Oficial de Arquitectos de Madrid (1980), Prémio Nacional de Artesanía y Premio Marqués de Lozoya (1981), Prémio Europa Nostra pela intervenção no Convento de Santa Clara de Salamanca (1988), Prémio de Investigación del Colegio Oficial de Arquitectos de Madrid (1990), Prémio Europa Nostra pela participação na restauração do Paraninfo da Universidade de Alcalá (1995), Prémio Internacional de Investigação García Diego (2001), Prémio da Fundación Juanelo Turriano (2006) e Prémio CICOP (Centro Internacional para a Conservação do Património) na sua categoria “Património Arquitectónico” (2006).
Ato celebrado na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madrid) em outubro de 2016.
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